Deputados de Pernambuco querem punição criminal a participantes 19ª Parada LGBT de São Paulo

por Luciano Luiz dos Santos publicado 10/06/2015 14h46, última modificação 10/06/2015 14h46

A bancada evangélica da Assembleia Legislativa de Pernambuco promete acionar o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça para que os participantes da 19ª Parada LGBT de São Paulo, que foram filmados e fotografados se beijando, fantasiados de Jesus Cristo no momento da crucificação, sejam punidos criminalmente. Na tarde da última terça-feira, o presbítero Adalto Santos (PSB), um dos integrantes do grupo, foi ao plenário e fez um discurso bastante polêmico sobre o fato, ocorrido no último domingo. Em uma das passagens, chegou a dizer que, caso fosse muçulmano, pegaria uma espingarda e resolveria o problema.

A bancada se reúne hoje na Assembleia e a criminalização dos ativistas deverá ser debatida. “Irei sugerir junto aos meus colegas que façamos isso. As imagens são muito claras e é possível identificar esses indivíduos. Não foram só os atos obscenos que cometeram enquanto estavam fantasiados, mas zombaram da religiosidade do povo brasileiro”, ponderou o pastor Cleiton Collins (PP), deputado que comanda o grupo formado por oito parlamentares. O representante do PP disse, no entanto, não saber exatamente em que crime os participantes poderiam ser enquadrados. “Vamos analisar com cuidado as imagens. O importante é que esse grupo seja punido, para que não haja uma generalização dos que participaram do evento”.

Ontem, durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa, o tema não recebeu a mesma atenção do dia anterior. O presbítero Adalto Santos passou rapidamente pelo plenário, trocou algumas palavras com o presidente da mesa diretora, deputado Guilherme Uchoa (PDT), e deixou a Casa para um compromisso externo. Na segunda-feira, Adalto, que normalmente é bastante ponderado em suas intervenções, mostrou irritação ao apresentar as imagens a seus pares. “Vou encaminhar essa pouca vergonha (as fotos) para o papa. Isso é um caso de polícia e ela devia ter agido. (...) Se eu fosse muçulmano, eu pegaria uma espingarda e resolveria, mas eu sou cristão. Prefiro renunciar ao meu mandato a ver qualquer frente LGBT ser aprovada aqui nesta Casa”, disse na ocasião. 

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